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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Protesto fecha rodovia Transamazônica


(Foto: Odair Oliveira)
Protesto fecha rodovia Transamazônica (Foto: Odair Oliveira)
Agricultores e representantes de associações e cooperativas rurais de 11 municípios que formam a área de influência da hidrelétrica de Belo Monte interditaram por volta das 9h da manhã desta terça-feira (30), a Rodovia BR-230, a Transamazônica, na altura do KM 4, no trevo que dá acesso a Vitória do Xingu e Belo Monte, sentido Altamira-Marabá e mais seis cidades da região.

O local do acampamento foi escolhido de forma estratégica, a fim de impedir o acesso das máquinas e trabalhadores ao canteiro de obras de da hidrelétrica de Belo Monte. Segundo a coordenação do movimento Fundação Viver Produzir e Preservar, a rodovia só deverá ser desbloqueada quando um representante do governo federal vier de Brasília e sentar para uma conversa e decisões concretas atendendo as reivindicações.
Os manifestantes estão reunidos desde ontem (29) em Altamira participando de um encontro que comemora 20 anos de lutas, desafios e conquistas os movimentos sociais da região Transamazônica. O ato público visa discutir melhorias para a região tanto para a zona urbana como também para a zona rural.
O encontro tem como plano consolidar um modelo de desenvolvimento que considere a dimensão humana, social, cultura, econômica, ambiental e ética. O cenário regional atual, marcado por um impasse ambiental, como a construção de Belo Monte, coloca a região no foco de uma estratégia nacional de desenvolvimento.
João Batista Uchôa, coordenador da FVPP, Fundação Viver Produzir e Preservar, e líder do evento, falou sobre as vitórias conquistadas pelos movimentos sociais da transamazônica. Ele se lembrou das mortes
no campo que aconteceram anos antes ou recentes. Vidas ceifadas por causa dos conflitos fundiários. João chega se emocionar ao falar da irmã Dorothy que morreu em defesa da terra.

Estão marcando presença no evento representantes dos governos federal, estadual e municipal. Para Paulo Cabral, do ministério do meio ambiente e representante da operação cidadania Xingu o ato é uma forma de reivindicar mudanças satisfatórias e também buscar o desenvolvimento da região da transamazônica. "Essa demonstração de força justas para o desenvolvimento sustentável da região é boa. Mostra que todos os esforços não são em vão e que ainda há esperança em dias melhores” declarou.
Para os agricultores que foram levantar a bandeira em defesa da vida e dos direitos dos cidadãos à moradia e o direito à terra ainda é um dos maiores anseios dos colonos da transamazônica. Para o agricultor Geraldo Batistello, morador da localidade Cachoeira Seca, situada próximo ao município de Uruará, as reivindicações deles tem a ver com a ameaça da desapropriação das terras que hoje acontece lá. ”Tem mais de 20 anos. Ninguém acredita nessas indenizações”.

O ministério do desenvolvimento agrário, representado por Marcio Mirata, também esteve no encontro. Para Márcio a regularização fundiária na região se tornou uma das questões primordiais para amenizar a violência no campo.

Na manhã de ontem, mais de mil pessoas saíram às ruas em manifesto. Nesta terça-feira, cerca de 600 pessoas tomaram o trevo de uma das principais entradas de Altamira, e que dá acesso às cidades de Marabá e mais seis cidades da região e até quem tem de ir a Vitória do Xingu está impedido de seguir viagem. Churrasco e muita comida foram levados para os acampantes. Segundo a coordenação o povo só deverá desbloquear a rodovia quando um representante do governo federal vier de Brasília e sentar para uma conversa e decisões concretas atendendo as reivindicações.

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